segunda-feira, 6 de abril de 2009

Blasfêmias

Antes, era o pecado que não existia; agora, é Deus. Contudo, não é por não vivenciar, que não exista. Se assim fosse, o ceticismo não teria razão de ser. Escrevo isso tudo, pois estou com o cérebro coçando: acabei de fechar o Admirável Mundo Novo e abrir uma série de inquietudes. Como, por exemplo, o fato de estarmos em uma ordem mundial que entrega a educação dos seus filhos ao Estado. No caso do Brasil, a um sistema predominantemente operacional e prático, e não intelectual e/ou afetivo. Lembrei de quando era menor e achava muito estranho a "profissão das crianças ser estudante". Para, uns anos mais tarde, sentir-me incomodada ao saber que crianças de uma seita fundamentalista norte-americana eram "privadas pelos pais de irem à escola e de terem uma educação como outra criança qualquer". Hum. É paradoxal que um sistema liberalista proíba indivíduos de educarem seus filhos conforme os seus credos e inclinações. No fundo, acho que o erro está na tríade liberdade, igualdade e fraternidade. Com liberdade, nunca se terá igualdade, o que macula a fraternidade. Mas se formos falar aqui em bem-estar e/ou mau-tratos, é sabido que toda ordem comporta os seus e as suas. Então, como é? Não sei. Mas vou pensar e me confundir, pois agora já é tarde para me distrair.